O formato de negócio através de Dropshipping vem crescendo a vários anos no Brasil e no mundo, isso se deve a possibilidade de início de operação com pouco recursos e poucas despesas, o que atrai a cada dia novos participantes nas plataformas de ecommerce.
Porem com o amadurecimento do negócio todo dropper deve ou deveria migrar para a formalização do negócio se pretende alavancar suas vendas e escalonar no ecommerce, entenda-se que o termo formalização significa abrir CNPJ, como despachante aduaneiro vejo que muitos dropper ficam presos no dropshipping por receio burocrático ou por falta de capital financeiro, abaixo tentarei demonstrar e propor uma alternativa mista que envolver parte do seus produtos no dropping e parte e outra parte com importação formal com emissão de NF registro da declaração de importação, adicionar ao estoque criação de um numero SKU etc.
Desvantagem do Dropshipping
Abaixo listei alguns pontos em que o dropping impede a sua empresa de crescer.
1 – Margem de lucro menor, devido a comprar de 1 unidade ou poucas unidades.
2 – Dificuldade de controlar estoque do seu fornecedor.
3 – Altas taxas de importação em tributos e encargos, já que sofrem processo de tributação de 60% de imposto de importação (I.I) e de aproximadamente 18% de ICMS a depender do estado do importador para (produtos acima de 50 USD)
4 – Prazos longos de entrega justamente por não trabalhar com estoque
5 – Prejuízo em desistência da compra.
6 – Dificuldade em transmitir confiabilidade ao Cliente Final por não se tratar de venda direta e sim uma intermediação de negócio.
7 – Limitação no valor e peso de produtos, a Receita federal não permite processos courrier para mercadorias superioras a USD $3000 (dólares americanos) ou 70Kg, ou seja, esse tipo de processo automaticamente cai na tributação de 60% + 17 a 25% de ICMS (a depender do estado do importador), na pratica as mercadorias mais que dobram o seu valor.
8 – Criação da marca este fator eu acredito ser o mais relevante, como o processo de dropping é uma intermediação e devido a facilidade de trabalhar com produtos diferentes o dropper acaba não focando em um nicho especifico, hoje muitas empresas Chinesas trabalha da forma OEM ou ODM que na pratica significa que você pode negociar com o chines para estampar a sua marca na embalagem de seus produtos, logicamente para produtos comprados periodicamente e em quantidades.
Vantagens da Importação regularizada
Apesar do dropshipping não ser irregular ele não é considerado uma importação formal, haja visto que a importação formal para revenda é a única legal no Brasil.
O processo de importação formal para revenda exige um CNPJ ativo abaixo citaremos algumas vantagens
1 – Relacionamento mais próximo com cliente o que permite geração da tão falada fidelidade do cliente gerando novas vendas.
2 – Aumentar margem de lucro na compra por atacado.
3 – Personalização da marca (Brand).
4 – Trabalhar de forma legal e evitar de ser enquadrado na receita federal, com o avanço da inteligência artificial a receita federal vem cruzando CPFs e aplicando multas pesadas por sonegação de impostos.
5- Vender de forma B2B, ou seja, de empresa para empresa, não estou falando de vender para os grandes players, mas para pequenos e médios mercados, lojas, fabricas e comerciantes em geral.
6- O investimento em marketing digital focado na marca e não somente no produto.
7- Relacionamento mais próximo com fornecedores, que neste caso gera uma série de benefícios desde a negociação do preço ou até mesmo de uma alteração /customização do produto, criando se algo totalmente exclusivo a sua marca.
8- Redução de impostos na utilização de benefícios/convênios estaduais.
Como Migrar Dropshipping para ecommerce legalmente
Apesar do dropshipping não ser irregular ele não é considerado uma importação formal, haja visto que a importação formal para revenda é a única legal no Brasil.
O processo de importação Formal para revenda exige um CNPJ ativo.
Veja algumas dicas de como fazer essa migração.
1 – Opte por uma modalidade mista com produtos no Dropping e importações formais com pequenos estoques; para isso será necessário abrir um CNPJ o que pode ser muito simples se optar pela Modalidade MEI, ou em caso de negócios mais consolidadas procurar um contador que tenha conhecimento em ecommerce para abertura de uma empresa e definir a sua forma de constituição.
O MEI é uma opção?
Vejo muita gente falando que MEI não é uma boa opção para importação devido o faturamento não poder ultrapassar R$ 81.000,00 anual de faturamento, mas se levar em consideração que se trata de um processo de migração esta modalidade se trata de uma excelente ferramenta para o processo de migração, haja visto a facilidade de abertura da empresa podendo ser realizado no mesmo dia, o baixo custo de manutenção e impostos, no caso de exceder o limite pode ser migrada para outra modalidade.
Eu mesmo já tive uma empresa no MEI em 2019 estourei o limite e hoje tem a minha empresa na modalidade Sociedade Limitada Unipessoal.
2- Procure um despachante aduaneiro que conheça importação de pequenas escalas e que conheça a sua característica de negócio (ecommerce).
Devido o alto custo dos fretes é preciso sempre calcular a viabilidade do negocio para que o valor final do produto não fique inviável, no caso de frete aéreo contratar a FEDEX, DHL e UPS diretamente não é recomendado pois pagara valores bem maiores do que quando trabalhar com parceiros estratégicos, aqui na Mercanti temos fretes excelentes negociações de fretes com estas 3 empresas devido o volume de nossas operações,
3 – Realize um estudo de viabilidade dos produtos que pretende migrar para a modalidade formal, negocie com seus fornecedores e procure saber o menor valor para os seus itens que pretendem importar, solicite o valor do peso bruto e dimensão (considerando embalagem).
4 – Ligue para a Mercanti ou para seu despachante de confiança e converse a respeito e tire todas as suas dúvidas, desta forma poderá quebrar as barreiras da falta de conhecimento, eu garanto que é bem mais simples do que todo dropper pensa que é.
5 – Chegou a hora de procurar um contador de confiança, de preferência para contadores que tenham alguma experencia, neste momento será necessário a escolha do CNAE de sua empresa um contador pode te ajudar na escolha, geralmente utiliza se CNAE de intermediação para os processos de Dropping e CNAE de comercio varejista ou atacadista para venda de produtos.
6 – Fuja de quem oferece importação compartilhada, importação simplificada, digo isso pois tem muita gente vendendo curso sobre “importar da China” que no fundo querem ganhar no frete ou te vender: curso, lista de fornecedores, etc., a importação deve ser um processo enxuto e de baixo custo, se precisar faça uma simulação conosco para verificar os valores cobrados.
7 – Muitos dropper enxergam de maneira equivocada o despachante aduaneiro como custo extra, e pagam altas taxas por não usarem o despachante aduaneiro, e muitos despachantes aduaneiros ainda não conhecem esse publico do ecommerce o que criar barreiras de ambos os lados
Resumo:
O caminho do meio
O que proponho é exatamente um processo misto entre dropshipping e importação direta.
Você pode realizar importação legal no seu ecommerce (CNPJ), vender produto sem que este produto esteja no seu estoque.
Realizar a importação, realizar todo processo de venda e emitir NF.
Você também pode realizar pequenas importações de produtos para formar um pequeno estoque, e com isso escalando e aumentado o estoque gradativamente até construir sua marca.
O despachante aduaneiro certo que entende do seu negócio, é mais um parceiro.
Acredito em cada palavra escrita neste Post, pois aplico essa formula em meus negócios, somos despachantes aduaneiro a mais de 15 anos e temos visto o comercio mundial/ ecommerce crescer de forma exponencial gerando muitas oportunidades para milhões de pessoas ao redor do mundo.
Espero ter contribuído um pouco com cada leitor deste post.
Abraço
Julio Ferreira